O segundo semestre de 2021 vem tendo uma recuperação na economia, principalmente para os setores da indústria e comércio. A expectativa é que os brasileiros irão sentir os efeitos da retomada somente após 2022, ano que ainda será difícil.
De acordo com José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas - Dimac do Ipea, houve um crescimento expressivo da produção agrícola, das exportações, e a indústria, que tinha caído muito fortemente no início da crise, recuperou-se muito rapidamente, pois a demanda passou a se concentrar em bens, não em serviços.
“Parte do que as pessoas consumiam em serviços foi poupada e parte foi construída por bens, produtos industriais. Por isso, a recuperação da demanda foi muito rápida e tivemos problemas de fornecimento e ainda temos, até hoje, problema de fornecimento na cadeia produtiva industrial e de frete muito caro, falta de insumos em vários setores, especialmente eletrônico”, aponta José Ronaldo.
O aumento dos alimentos tem pesado no bolso. A alta de preços se dá por dois aspectos, conforme explica o economista José Marcio Rebolho Rego. “Uma parte importante da produção de alimentos é para exportação e os preços internacionais se alteraram para cima. Isso afeta. E também o custo da distribuição desses produtos. Tivemos uma subida significativa dos combustíveis e isso encareceu muito”, diz.
José Marcio acredita que um dos fatores que mais tem influenciado a elevação de preços é a questão cambial - “O elemento câmbio, a incerteza dos agentes, as expectativas de uma forma desfavorável para um ano eleitoral, etc., isso tem afetado o câmbio, um elemento importante afetando os preços”.
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